Melhor da semana – 29/10 à 4/11

O grande debate: Estatismo vs Libertarianismo
Mais um vídeo do canal Idéias Radicais que apresenta um resumo do verdadeiro debate político que importa e não é esquerda vs direita mas sim estatismo vs libertarianismo.
https://www.youtube.com/watch?v=QRVAzqFOTnc

Tatsunoko vs Capcom – A jóia perdida de série Marvel vs Capcom
Uma vídeo-resenha bem legal desse jogo quase desconhecido da série Marvel vs Capcom, lançado exclusivamente para o Nintendo Wii.
https://www.youtube.com/watch?v=NeYjQMfs-M0

Bastidores do Stack Overflow
Se você é da área de TI com certeza já usou o site “Stack Overflow”. Acontece que um dos criadores do projeto, Jeff Atwood, tem um blog muito interessante com várias postagens legais sobre Tecnologia da Informação. Recentemente ele fez um post falando sobre os bastidores do Stack Overflow.
https://blog.codinghorror.com/what-does-stack-overflow-want-to-be-when-it-grows-up/

Vídeo sobre vida e obra de H. P. Lovecraft
O canal da editora Pipoca e Nanquim também sempre produz conteúdos acima da média mas esse vídeo sobre vida e obra do escritor H. P. Lovecraft me chamou especialmente a atenção. Vale a pena, principalmente para os fãs de fantasia e terror.
https://www.youtube.com/watch?v=vEkeadWdEQ8

A arte da guerra política de David Horowitz
David Horowitz é um cara que vale à pena ser descoberto para quem gosta de política. Nessa excelente palestra Silvio Medeiros fala um pouco sobre a vida de Horowitz e faz um breve resumo explicativo do livro “A arte da guerra política”. Para quem não sabe Horowitz nasceu em uma família de esquerda nos EUA e por muitos anos ajudou no crescimento da mesma, até que alguns acontecimentos fizeram ele re-pensar a sua vida e ele acabou “mudando de lado”. Com o seu conhecimento da esquerda ele escreveu um verdadeiro tratado sobre política moderna na prática.
https://www.youtube.com/watch?v=KNCAUfQUvJA

Prof. Cristian Lohbauer fala sobre a necessidade da reforma da previdência
Para quem não conhece o professor Lohbauer foi candidato a vice-presidente na chapa do Partido Novo. Pois de uns tempos para cá ele tem feito ótimos vídeos analisando notícias da política atual. Recomendo todos mas resolvi indicar esse pois o professor é muito claro sobre a importância da reforma da previdência.
Coloquei o link abaixo a partir do ponto no qual ele começa a falar sobre previdência mas se puder assista o vídeo todo.
https://youtu.be/5SqRKfgKvAI?list=WL&t=452

[Resenha] Trabalhe 4 horas por semana

Capa do livro "Trabalhe 4 horas por semana"
Capa do livro “Trabalhe 4 horas por semana”

Tem um livro que é bastante famoso mas que pelo título eu tinha misto de curiosidade e receio que é o “The 4 hour workweek”, traduzido no Brasil como “Trabalhe 4 horas por semana” do autor Tim Ferris.

Eis que me apareceu uma promoção da Amazon e resolvi comprar o livro. Quer saber o que eu achei? Continue lendo ….

O livro descreve um método que Tim sugere para que você possa trabalhar 4 horas por semana. Como isso é possível? Bom, ele começa apresentando um acrônimo onde cada letra representa um passo rumo ao objetivo: DEAL. Onde:

D – Definição
E – Eliminação
A – Automação
L – Liberação

E basicamente o livro é estruturado em 4 partes (mais um fechamento) onde cada parte Tim explica uma das letras do DEAL. Bom, e aí que a minha resenha se complica pois eu tive uma impressão diferente de cada um desses capítulos. Vamos à eles então:

D de Definição

Nesse capítulo basicamente Tim trabalha o fator psicológico do leitor, tentando mostrar que é possível, e sobretudo desejável ter uma vida de 4 horas de trabalho. Esse capítulo tem um tom meio de autoajuda e ao mesmo tempo ele fica toda hora tentando te “vender a ideia” do livro, mas achei meio chato isso afinal pra que vender o livro pra quem já está até lendo o livro? Nesse ponto eu estava achando uma leitura meio “falcatrua”.

E de Eliminação

Nesse ponto o livro melhora bastante pois se trata de algo mais prático. A ideia do capítulo é eliminar todas as coisas que significam desperdício de tempo. Desde aquelas que todos nós sabemos (mas é difícil de fazer) como parar de usar as redes sociais, especialmente no horário de trabalho. Por exemplo ele também sugere uma “dieta pobre em informação”, ou seja, nada de TV, jornais, revistas, etc. A ideia parece meio insana em um primeiro momento mas tem seu mérito. Segundo ele se algo for realmente importante você vai ficar sabendo.
Esse capítulo também fala um pouco sobre o princípio de Pareto ou regra 80/20 (que basicamente diz que 20% dos esforços trazem 80% dos resultados). Como o objetivo aqui é ter mais tempo, ele sugere que os empreendedores fiquem somente com 20% dos clientes que dão menos “trabalho” e diz que focar em manter e conseguir clientes menos trabalhosos, ao longo de um tempo pode trazer os 80% dos resultados.
Achei interessante esse capítulo pois ele também trás dicas bastante práticas de lidar com interrupções no trabalho, especialmente as típicas reuniões improdutivas. E aqui o livro mostra o seu valor indo nos detalhes realmente, apresentando possíveis argumentos e respostas a contra-argumentos que você pode usar com seu chefe para fugir de reuniões. Esse capítulo é particularmente interessante pois serve até mesmo se você apenas quer ser mais produtivo.

A de Automação

O passo seguinte é automatizar as tarefas que você não conseguiu eliminar. Essa automatização também se baseia na regra 80/20. Ou seja, segundo ele 20% das tarefas tendem a ocupar 80% do tempo e são essas que ele irá abordar nesse capítulo. A proposta aqui é usar o máximo de software possível (filtros de e-mail por exemplo) e outros para realizar tarefas repetitivas.

Quando não for possível automatizar via software o livro sugere fazer o mesmo via contratação de assistentes virtuais remotos. Para quem não conhece existem empresas no mundo que prestam esse serviço. Esse tipo de serviço pode incluir desde ler e responder e-mails por você, até fazer buscar na Internet, preparar relatórios e apresentações, etc. Ou seja, é terceirizar as suas atividades da semana. Obviamente isso só vai dar certo se você receber um valor para trabalhar e pagar uma parcela desse valor para o seu assistente virtual.

Tim não dá muita ênfase nos aspectos éticos de fazer isso. Ele sugere isso e menciona apenas atenção à acordos de confidencialidade que o seu contratante pode ter. Aqui fica nesse ponto fica escancarado que a “A semana de 4 horas” não é para todos, afinal se você vai contratar assistente, está implícito que os seus assistentes vão precisar trabalhar bastante. Além disso o autor usa as diferenças cambiais a seu favor. Se ele recebe em dólar, que é uma moeda valorizada, pode utilizar uma parte para si e outra para o assistente e provavelmente o mesmo vai ficar muito feliz com o dinheiro que está recebendo. Não que isso seja um problema necessariamente. Uma maneira de ver a questão é que você está gerando (pelo menos) um emprego em um país mais pobre.

E nesse capítulo Tim aborda um assunto que eu achei particularmente interessante. Afinal talvez você esteja pensando “mas a minha profissão requer a minha presença constante, para mim isso de terceirizar para um assistente virtual nunca iria funcionar”. Bom, aí ele sugere criar uma musa. O que seria uma musa? Uma musa seria um empreendimento projetado para requerer o mínimo possível de atenção sua. Um exemplo poderia ser um e-book ou um curso online, onde se você tiver um conteúdo demandado já existem plataformas que permitem que você receba uma renda recorrente daquele produto. Então Ferris sugere que você mude de carreira para (aos poucos) passar a viver somente com a receita da musa e quando conseguir isso aplicar o capítulo de automatizar.

Essa parte do livro ficou bem bacana pois o livro explica de forma bastante detalhada como você pode criar uma musa, incluindo uma grande quantidade de sites e serviços que poderiam te ajudar no processo. Infelizmente aí vemos a diferença entre tradução e localização. A versão traduzida aponta para serviços e sites dos EUA, sendo que muitas vezes o acesso aos mesmos seria dificultado por não estarmos lá. O melhor seria se na tradução fossem apontadas ferramentas acessíveis aos brasileiros. Ainda assim vale a leitura do capítulo pelas dicas para a criação de uma musa.

L de Liberação

Outro aspecto sugerido no método do livro é morar em algum país com custo de vida mais baixo. O autor inclusive menciona que morou alguns anos na Argentina. Recebendo em dólar e tendo despesas em outras moedas mais fracas a conta fecha mais facilmente.

E esse capítulo embora eu tenha achado um pouco distante da minha realidade particular eu achei interessante pois aqui também Tim parte para a prática e ensina como você pode convencer seu chefe à te deixar trabalhar de casa. Primeiro uma vez por semana, depois duas …. até que chegue na semana completa. Feito isso você pode trabalhar em qualquer lugar do mundo que tenha uma Internet razoável.

Tim argumenta que viver em outros países é muito mais barato do que se imagina, principalmente quando você fica tempo suficiente para poder alugar um imóvel e não depender de hotéis. Obviamente a semana de 4 horas exige uma vida mais simples, sem esbanjar dinheiro ou sair andando de Ferrari pelo mundo afora. O conteúdo do livro realmente faz jus ao nome e te entrega um método factível de viver uma vida com muito tempo livre e liberdade física, o que Ferris chama de “miniaposentadorias”.

Conclusão

Achei o livro bem legal. Como destaque positivo é que Tim Ferris realmente entra no detalhe e mostra maneiras de fazer a semana de 4 horas virar realidade. E mesmo que viver viajando por aí não seja o seu sonho o livro trás pequenas dicas de como podemos usar melhor o nosso tempo e até aumentar a nossa renda pessoal (através das musas) então todo mundo que ler vai se beneficiar com a leitura. Leiam e quando tiverem conseguido os benefícios decorrentes do livro volte aqui e uso o tempo livre para deixar um comentário 😉

Melhor da semana – 13 à 19 de outubro

Resolvi fazer uma postagem semanal de coisas interessantes que eu encontro por aí, até mesmo para facilitar que eu as encontre depois.

Startup Growth Calculator
Ferramenta que permite a partir das despesas, arrecadação e crescimento dizer quando uma startup vai se pagar, investimento necessário e quando (e se) ela vai atingir seu primeiro milhão. Nada determinístico mas não deixa de ser uma ferramenta bacaninha.
http://growth.tlb.org/#

Indie Hackers
Esse é um site bacaninha que eu quase tinha perdido mas consegui achar de novo. Ele tem uma “base de dados” com empresas (antigamente eram só empresas agora eles renomearam pra projetos mas na maioria são empresas mesmo) de diversos tipos. É legal ver entrevistas com pequenos empresários também.
https://www.indiehackers.com/

Palestra “Matando a média”
Estive revisitando o blog do Akita on Rails, que tem ótimos textos, especialmente os off-topic.
Nesse visite achei o vídeo de uma ótima palestra dele chamando “Matando a média”. Recomendo para qualquer profissional. Tem a ver com curvas de Gauss, Cisnes Negros e pareto. Principalmente se esses termos não dizem nada para você: assista.
http://www.akitaonrails.com/2008/09/13/off-topic-matando-a-m-dia

Vídeo “O que fazer com a vida”
Gosto muito do canal “Ideias Radicais” do YouTube mas esse vídeo achei particularmente bacana. E olha que segundo o dono do canal o vídeo foi meio “no improviso”. Aborda uma questão <ironia>simples</ironia>: O que você deveria fazer com a sua vida? Serve como uma ótima e informal introdução ao objetivismo. Assistam.
https://www.youtube.com/watch?v=2P-Ej19Zqpk

Vídeo “Motivação: O diário de Henry Jones”
Mais uma vez o Akita na lista mas o cara vale a pena ser assistido (se inscrevam no canal dele). Aqui ele fala sobre manias de criança, legado, aperfeiçoamento constante e um pouco da história de vida dele.
https://www.youtube.com/watch?v=ii5Q2fCl8C0

[Resenha] Homem-aranha: De volta ao lar

Cartaz do filme Homem-aranha de volta ao lar
Cartaz do filme Homem-aranha de volta ao lar. Créditos da imagem: IMDB

Como primeiro texto desse projeto pensei em fazer o primeiro texto sobre o super-herói mais clássico de todos, o Super-homem, porém o coração falou mais alto e resolvi falar sobre o meu super-herói preferido (aproveitando também que ele teve um filme no cinema recentemenete). Então aqui vai minha opinião sobre “Homem-Aranha: De volta ao Lar”.

Primeiro vamos falar sobre os atores: Tom Holland está muito bem no papel de Homem-aranha. Consegue enganar bem como Peter Parker, um colegial que adquiriu poderes. A atriz Marisa Tomey, que interpreta a tia do Homem-Aranha me incomodou um pouco. Não entendi a escolha de uma atriz tão jovem para o papel. Claro que é condizente com a idade do personagem de Holland mas ainda assim não me convenceu, ficou pra mim no um Q de descrença. O elenco de apoio da escola está OK. Destaque para o amigo Ned de Peter, que não existia nos quadrinhos mas que serviu como um bom alívio cômico no filme. Fica óbvio e até aceitável que tenha havido uma transformação para tornar os coadjuvantes mais diversos do que no original. Particularmente me incomodaram o Flash Tompson, que de bully de Parker passou a ser só um cara chato, e a M.J. que eu acho que foi colocada ali só pros velhacos, tipo eu, cutucarem a pessoa do lado e falarem “M.J. é o nome da mulher do Homem-aranha, quer dizer, isso antes do pacto, mas depois te explico”. Se houver continuação fico curioso com o destino da personagem já que ela não tem nada a ver com a M.J. dos quadrinhos.

Robert Downey Jr. tem bastante tempo de tela no filme. Tempo demais. O que me faz pensar na teoria que eu li por aí que a Marvel queria cansar o personagem para os expectadores a fim de que os mesmos aceitassem a sua morte em um futuro filme dos Vingadores. Considerando o salário alto do ator e que o herói, por usar uma armadura, poderia ser substituído por outro personagem (que continuaria a ser o Homem de ferro) não acho impossível.

Por último mas não menos importante tem a cereja do bolo Michael Keaton como o Abutre. E eu fiquei realmente feliz de como fizeram o uniforme do personagem, ja que o original é beeeem tosco. O ator está muito a vontade no personagem. E o público, sabendo que o ator já fez o Batman e o filme Birdman deixa suas cenas mais divertidas ainda. Além disso o vilão é mais crível que a média e embora não seja perfeito fica como um dos melhores vilões da Marvel até o momento.

O uniforme clássico (e meio tosco) do vilão Abutre
O uniforme clássico (e meio tosco) do vilão Abutre. Créditos da imagem: marvel.wikia.com.

A história em si é relativamente simples: depois da batalha de Nova York, ocorrida no primeiro filme dos Vingadores, ficou sucata de ET espalhada por toda a cidade. Inicialmente uma empresa, cujo dono é Adrian Toomes (o Abutre), é escolhida para limpar a sujeira. Depois os federais percebem que isso pode não ser uma boa ideia e do dia pra noite cassam o contrato de Toomes, deixando ele bolado. Em função disso, ao invés de procurar outro empreendimento como um bom cidadão, o Abutre (fazendo jus ao nome) decide pegar alguns espólios que estavam com ele, fazer um tipo de engenharia reversa na sucate e produzir armas a partir daqueles objetos que depois começam a ser vendidas para ladrões pela cidade. Após impedir um assalto a banco com uns criminosos usando essas armas o Homem-aranha passa a investigar o caso (embora o Homem de Ferro mande ele deixar o trabalho pra outros heróis mais experientes) e isso coloca o Aranha em rota de colisão com o abutre.

Uniforme do vilão Abutre no filme do Homem-aranha. Créditos da imagem: IMDB.

Um diferencial do filme, em relação aos anteriores, foi o uniforme do Homem-aranha. No filme o Homem de Ferro dá um uniforme bem tecnologico pro Homem-aranha (com direito até a assistente virtual) e isso gera algumas cenas bem engraçadas com o Homem-aranha se atrapalhando com as possibilidades do uniforme novo.

O filme é bonito, tem coadjuvantes bons, um vilão interessante …. então é um excelente filme do Homem-aranha? NÃO, porque me parece que faltou um pouco da carga dramática do Homem-aranha. Onde foi parar o Tio Ben e “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades”? Analisando superficialmente o Homem-aranha é um herói engraçado e bem com a vida. Mas na origem e no cerne do personagem há pelo menos uma grande tragédia, a morte do seu tio (entre outras ao longo do tempo). Pra quem não se lembra, o Homem-aranha, logo após ganhar os poderes decide usá-los pra ganhar dinheiro (praticamente participando de um UFC da vida). E em um dessas noites, o local onde ele estava lutando é assaltado e ele fala (ou age como quem diz): “antes ele do que eu” e não faz nada pra parar o ladrão, que passa na frente dele. Pouco tempo depois esse mesmo ladrão mata um velhinho em um assalto e ficamos sabendo que esse velhinho era o tio do Homem-aranha (que é praticamente um pai dele já que Peter Parker é orfão). Peter então aprende que “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades” e esse vira praticamente o lema do herói. Claro que isso já foi retratado nos outros filmes e não acho que precisava ser mostrado explicitamente no filme novo. O problema é que quase não há referência ao tio de Peter. E dado que o Homem-aranha é retradado como jovem no filme entende-se que isso ocorreu há pouco tempo. Mas isso não influencia de maneira nenhuma a história ou o personagem principal. Em momento algum é retratado Peter Parker com remorso pelo seu tio ou como se tivesse aprendido a grande lição “Com grandes poderes …”. Pelo contrário, Peter é bem irresponsável durante o filme todo e alguns atos do filme é que tentam servir como lição.

Pra mim um dos pontos chave do personagem é que não é fácil ser o Homem-aranha, mas de forma consciente o personagem decide ser o herói MESMO com as dificuldades e por isso mesmo ele é tão inspirador. No cânone do personagem ele salva os seus bullies (Flash Tompson, por exemplo, que foi bastante modificado), perde empregos e oportunidades profissionais e tem problemas diversos com as namoradas (pontualidade nos encontros nunca foi o ponto forte de Peter Parker). Esse Homem-aranha não tem esse peso. Pelo contrário, ele banca o Homem-aranha e tudo fica bem, ou até melhor, por causa disso. Por exemplo na competição de soletrar, Peter quase faz o time perder mas mesmo assim ninguém da equipe fica magoado com ele.

Por causa disso saí do filme com a sensação que vi um ótimo filme de um super-herói genérico. É de se imaginar se o diretor leu pelo menos a história de origem do personagem para descaracterizá-lo dessa maneira. O filme vale o ingresso mas se houvesse um pouco mais de culpa e referências ao tio Ben (e menos Tony Stark) pra mim seria bem melhor.

Bom, essa foi minha opinião sobre o filme, abaixo seguem alguns comentários soltos sobre algumas cenas mais específicas que podem estragar sua experiência se você ainda não viu o filme. Prossiga com cautela.

Spoilers zone

Uma das cenas mais engraçadas do filme pra mim foi aquela em que ele fica preso em um depósito e parece que se passaram horas, até que o Homem-aranha pergunta pra sua assistente quanto tempo passou e ela fala: “20 minutos”. Alias, o filme é bem engraçado. Outra cena bem legal foi aquela que ele fica preso sob escombros e que é referência a uma história clássica onde isso também ocorre. Gostei da referência ao vilão Escorpião (um dos sujeitos que quer comprar armas do Abutre). O Escorpião é um vilão clássico do Homem-aranha que tem um visual muito legal e sempre teve grandes lutas com o Aranha. Só não sei se ele seguraria sozinho um filme inteiro, pois ao menos nos quadrinhos o Escorpião não é nenhum gênio do crime.

Capa da revista do Homem-aranha com a história "Se esse é meu destino ..."
Capa animada da revista do Homem-aranha com a história “Se esse é meu destino …”.

O fato do vilão ser o pai da garota de quem o Peter gosta é um pouco forçada mas rende outra cena ótima que é a cena do carro onde o Abutre descobre que Peter é o Homem-aranha. Pra concluir tem uma coisa me deixou meio em dúvida: Tem uma cena em que o Abutre diz que se o Homem-aranha interferir ele vai ir atrás do Aranha e de toda a família dele e que ele é mau como o pica-pau. No entanto na luta final o Abutre tem pelo menos uma chance de acabar com o seu adversário e não o faz. Além disso, na cena pós-créditos ele não revela a identidade do Homem-aranha. Fiquei me perguntando: foi falha do roteiro/diretor em retratar o vilão ou foi proposital e eles queriam mostrar que no fundo o Abutre não é tãão mal assim?

[Resenha] A Revolta de Atlas

Aproveitando que hoje, 10 de outubro de 2017, é o aniversário de 60 anos do livro “A Revolta de Atlas” (Atlas Shrugged no original) resolvi desengavetar uma resenha que estava até então incompleta.

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O livro é um calhamaço de mais de 1200 páginas e portanto não considero uma leitura fácil. Felizmente ele volta e meia está em promoção no Submarino[1] (olhei agora e está praticamente R$50,00, se depois dessa resenha ficar em dúvida vale a pena esperar baixar um pouco – já vi o livro por cerca de R$25,00). Será que alguém está subsidiando o preço? Seriam os irmãos Koch? (Não vou postar links aqui pois não quero que vocês peguem câncer mas tem quem acredite que eles “patrocinam” a “direita” no Brasil.)

Pano de fundo do livro

É importanto dizer que Ayn Rand a escritora nasceu na Rússia e filha de pequenos comerciantes emigrou para os EUA ainda jovem. No entanto percebe-se facilmente nesse livro uma percepção bastante crítica da “revolução russa” por parte da autora. Além disso o livro é muito conhecido nos EUA. No próprio prefácio da obra diz que é obra de cabeceira de muitos empresários e empreendedores e seria a segunda obra mais influente daquele país ficando somente atrás da Bíblia.

Realmente a influência de Ayn Rand encontra-se espalhada pela cultura pop. Como alguns exemplos podemos encontrar referências a autora até no jogo BioShock[2]. Também foi noticiado que Ayn Rand é a leitura de cabeceira de Travis Kalanick[3], CEO do Uber. A escritora e filósofa também é citada explicitamente no álbum 2112[4] da banca de rock canadense Rush.

A história

O livro se passa em um futuro próximo onde quase todo o mundo é governado por tiranos populistas (qualquer semelhança com a Venezuela não é mera coinciência) mas trama em si se passa quase que totalmente nos EUA, a única nação onde ainda existe algum resquício de democracia e capitalismo no mundo do livro. A partir daí a premissa básica do livro começa a ser desenvolvida: E se as maiores mentes e líderes (empreendedores, cientistas, artistas e demais profissionais de destaque) do mundo começassem a desaparecer um por um? No livro isso leva a uma situação cada vez mais caótica, já que as pessoas que restam são somente burocratas que mal sabem botar a “mão na massa”.

Aspectos negativos

Conforme eu disse antes o livro é um calhamaço. Infelizmente em alguns momentos a história parece que não avança muito ou o faz lentamente, então me parece que seria possível resumir o livro sem perder muito para 1/3 do volume do mesmo.
Outra coisa que me incomodou foram os vilões, ou antagonistas: todo mundo parece incrivelmente burro e incapaz de ver onde vão dar as consequências dos seus atos. Fico na dúvida se essa retratação dos burocratas e inimigos foi proposital ou involuntária.
Por último entre os lados negativos eu citaria que o livro tem uma ou outra cena mais picante (nada que não apareça na novela da Globo hoje em dia), mas eu não entendi muito bem o que a autora queria com essas cenas, já que para mim elas não acrescentam muito na trama.

Aspectos positivos

É uma obra profundamente inspiradora, especialmente para quem se interessa por empreendedorismo e inovação. O livro tem quatro pontos altos, que são quatro discursos dados por quatro personagens diferentes. Nesses discursos é possível vislumbrar e admirar o sistema filosófico da autora que é muito interessante e consistente.

A premissa é absurdamente incrível e até me espanto que não tenha sido copiada em outras obras: o que acontece quando as pessoas que movem o mundo entram em greve?

Veredito

Até mesmo por se tratar de um livro longo e denso levei praticamente um ano lendo “A Revolta de Atlas”. Ao menos pra mim a leitura dessa obra foi uma experiência transformadora. Não li outras obras da autora mas esse livro me fez repensar muitas coisas da minha vida.

Da mesma maneira muitas pessoas que eu conheço se sentem de maneira semelhante à essa obra. É verdade que também a obra tem muitos detratores (se viram refletidos nos antagonistas talvez?) mas poucos ficam indiferentes a mesma.

Nenhuma outra obra que eu conheço retrata tão bem o aspecto heróico e mítico do empreendedor. Penso que essa obra pode e deve ser lida especialmente por quem empreende até mesmo para entender melhor o seu papel no mundo e redobrar a força para enfrentar seus desafios diários.

Recomendo a leitura, especialmente aos empreendedores, no sentido mais amplo da palavra. A todos os Atlas que carregam o mundo nas costas e muitas vezes nem se questionam sobre isso. É hora de se rebelar também?

Links da postagem:

[1] http://www.submarino.com.br/produto/7297920/livro-box-a-revolta-de-atlas-3-volumes-

[2] https://en.wikipedia.org/wiki/BioShock

[3] http://www.businessinsider.com/how-uber-ceo-travis-kalanick-was-inspired-by-ayn-rand-2015-4

[4] http://www.rush.com/2112-spotlight-on-ayn-rand/

Palestra “Como ficar milionário, só que ao contrário!”

Tive o privilégio de ser convidado pelo pessoal do PET-C3 para palestrar no IV Fórum do Engenheiro Empreendedor, organizado por diversos grupos PET da FURG. Como empreendedorismo é um tema que eu aprecio muito não tinha como recusar o convite.

Coloquei a palestra no Slideshare. Essa foi a minha primeira apresentação com estilo minimalista de verdade e em função disso só com os slides o conteúdo que eu passei fica um pouco perdido mas creio que serve ao menos para incentivar conversas a respeito. A palestra foi filmada e assim que eu tiver acesso disponibilizo por aqui.

Obrigado à todos que foram e principalmente à organização, pela iniciativa e pelo evento em si que estava muito bem organizado.

Por que voto em Rubens Filho (65444) para vereador em Pelotas

Talvez antes de mais nada acho legal falar sobre como conheci o Rubens. Foi no começo de 2009. Na época eu já acompanhava o Amigos de Pelotas. O Rubens publicou um texto procurando alguém que pudesse auxiliá-lo com a parte técnica do site. Como eu conheço HTML procurei o Rubens e assim nos conhecemos. Fiz várias modificações no layout do site e com isso o que começou com uma relação comercial transformou-se em uma amizade.

Nessas oportunidades pude conhecer pessoalmente quem é Rubens Filho. Além de um excelente jornalista, algo que transparece a quem acompanha o Amigos, algumas características me chamam muita atenção nele.

Primeiro é o perfeccionismo. Diferenças de um pixel eram ajustadas até obter o resultado ideal para o blog/jornal. Tenho certeza que da mesma maneira teremos um vereador que não vai aceitar fazer projetos e o seu trabalho de qualquer maneira, mas sim com capricho e dedicação. Além disso Rubens é muito crítico. Atento aos defeitos do ser humano seu faro para irregularidades o faria um excelente agente fiscalizador da prefeitura e dos demais vereadores.

Outro fator que favorece Rubens é a independência. Seria simples para alguém com o currículo de Rubens simplesmente ir trabalhar em algum grande jornal de Pelotas, porém Rubens preferiu seguir por outros caminhos que o levaram ao Amigos.

Nas próprias palavras dele: “Aos 40 anos fiz um trato comigo. É simples: se eu tiver que me anular para merecer o convívio dos outros, estou fora. Tenho 47 anos. Ou seja, tenho no máximo mais 20 e poucos anos de vida produtiva – mais cinco Copas do Mundo de Futebol e ploft, o docinho cairá no rio. Então, quero que os próximos anos sejam vividos intensamente, de peito aberto. Eu me recuso a viver na mediocridade para ser aceito.” [1]

Prova disso pode ser visto mesmo agora durante a candidatura: A menos de uma semana nas eleições Rubens afirmou publicamente que não irá votar no candidato da sua coligação Catarina Paladini [2]. Por sinal em [3] ele explica porque se candidatou pelo PC do B.

Por último Rubens tem um brilho nos olhos por Pelotas e pelo Amigos de Pelotas contagiante. É tocante ver alguém dedicado de corpo e alma a um projeto, ainda mais sendo algo de tanto impacto na nossa cidade como o Amigos. Naturalmente essa mesma energia irá guiar as suas atividades na câmara.

Para finalizar, reafirmo que penso que TODA a câmara deveria ser renovada. Motivos não faltam. Seja a ausência de projetos relevantes, ou como na aprovação de vários projetos cujo mérito para a cidade são questionáveis [4]. Isso para não mencionar outros episódios bizzarros como o sacrifício de animais no Mercado Público [5], os vereadores cujos filhos ocupavam cargos na prefeitura [6] (como fiscalizar a prefeitura assim?) ou no apoio da quase totalidade dos vereadores ao reitor da UFPel em um momento em que o mesmo havia sido condenado pela justiça [7]. Então mesmo que não queiram votar em Rubens por um motivo ou outro peço que pelo menos não votem nos mesmos candidatos de sempre. Se for para errar, vamos errar tentando com pessoas novas.

Quem quiser conhecer melhor as propostas dele pode visitar o site da campanha http://rubens65444.com.br

[1] http://www.amigosdepelotas.com/2009/02/aos-40-anos-fiz-um-trato-comigo-mesmo.html
[2] http://www.amigosdepelotas.com/2012/10/sei-em-que-nao-vou-votar.html
[3] http://www.amigosdepelotas.com/2012/04/por-que-optei-pelo-pcdob-e-virei-pre.html
[4] http://www.amigosdepelotas.com/2009/12/vaticanos-pelotenses.html
[5] http://www.amigosdepelotas.com/2012/07/mp-vai-investigar-sacrificio-de-animais.html
[6] http://www.amigosdepelotas.com/2012/01/vereadores-tem-filhos-em-cargos-de.html
[7] http://www.amigosdepelotas.com/2012/05/o-reitor-e-seus-suditos-agachados.html

TcheLinux Pelotas 2012 – Algumas impressões

Nesse último sábado aconteceu o TcheLinux Pelotas na edição 2012, onde tive a oportunidade de apresentar a palestra “Por que usar Software Livre afinal?”. Baseado no paradigma do “Zen Presentation”, “Death by Powerpoint” e afins a apresentação é feita pensando em quem podia estar lá ouvindo o que eu ia falar, mas de qualquer maneira  vou escrever uma série de textos sobre os assuntos que eu falei lá.

Segue abaixo os slides, espero que possam ser úteis.

Sobre o evento em si eu gostei muito. Recarregou minhas energias. Não tenho ido muito em eventos de tecnologia fora da região sul (e por aqui não tem havido muitos) então sempre é bom (re)encontrar pessoas da área fora da correria do ambiente de trabalho.

Infelizmente eu tinha um outro compromisso e não pude ficar até o fim mas gostei bastante do que pude assistir:

A palestra do Rafael Padilha estava bem legal. É sempre importante que tenham palestras introdutórias para incentivar quem está começando. Todo mundo teve que dar seus primeiros passos e com algumas dicas fica sempre mais fácil.

O Rafael fez um post sobre a palestra. Clique aqui para ver.

Depois já no período da tarde assisti o Jerônimo e a palestra “Guia do SysAdmin das Galáxias”. Muito boa tanto para iniciantes como para quem já tem um pouco mais de experiência.

Por último veio o Gustavo Ciello com uma palestra sobre o servidor web Nginx. É o servidor usado pelo Facebook e foi projetado para ser capaz de lidar com uma quantidade  absurda de requisições, embora não seja tão modular quanto o Apache. Enfim, para cada fechadura uma chave.

Achei legal ver vários rostos diferentes na organização. Essa renovação é importante pois embora organizar eventos seja bem recompensador é bastante cansativo.

Por fim acredito que esse tipo de eventos é algo essencial para o fortalecimento do ecossistema de TI da região e com isso temos todos só a ganhar.

Espero que você tenha ido nesse, ou se não foi que possa participar dos próximos que com certeza virão.

[Resenha] Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes – Parte 2/2

Conforme eu falei na primeira parte, terminei faz pouco tempo de ler o livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes“. Ainda no post anterior, falei de alguns conceitos que o autor usa durante todo o livro, como círculo de influência, de dentro para fora e conta bancária emocional, entre outros.

Agora vou falar sobre os 7 hábitos que dão nome ao livro.

Os 7 hábitos são divididos em dois grupos principais e um dos hábitos não se restringe aos dois grupos.

A primeira parte do livro, aproximadamente a metade trata dos 3 primeiros hábitos que juntos formam a “Vitória particular“.

Em concordância com o conceito “de dentro para fora”, os três hábitos enfatizam o indivíduo e o seu interior. Segundo Stephen sem obter minimamente a vitória particular a pessoa não irá ter segurança e coragem suficiente para exercitar os hábitos do segundo grupo.

Os hábitos desse grupo são:

1) Ser proativo: Creio que a maioria de vocês já está bem familiarizado com esse conceito. Basicamente diz que devemos tomar em nossas mãos a responsabilidade por nossa vida, ao invés de deixar isso para que o nosso conjugê, pais, filhos ou chefe escolham como devemos viver nossa vida.

2) Começar com o objetivo em mente: Esse hábito diz que devemos sempre definir objetivos, e mais do que isso, definí-los com base em onde queremos chegar. O que queremos em nossa vida em 10, 20, 50 anos? O que queremos que as pessoas pensem sobre nós em nossa morte? Embora um pouco sombria, essa perspectiva pode nos ajudar a separar o que é importante do que não é.

3) Primeiro o mais importante: Uma vez que já sabemos quais os nossos objetivos e onde queremos chegar, esse hábito nos diz que devemos agir no nosso dia a dia de acordo com os nossos objetivos e de acordo com nossos valores, para que o resultado da soma das nossas ações seja mais próximo de onde realmente queremos chegar.

Também é apresentada uma analogia interessante para quem gosta de programar: o hábito 1 seria como se tomassemos consciência de que podemos programar nosso destino, o hábito 2 representa que vamos escrever o ‘programa’ das nossas vidas, e o hábito 3 equivaleria à executar o programa.

A seguir são apresentados os próximos 3 hábitos, que formam o que é chamado de “Vitória Pública“, que no caso não significa vencer as demais pessoas, mas sim vencer COM as demais pessoas. São eles:

4) Mentalidade Ganha-Ganha: A mentalidade ganha-ganha significa consiste em qualquer interação com outras pessoas buscar com que ambos ganhem, sendo que podemos aqui estar falando de contratos comerciais, sociedade ou até relacionamentos. A princípio muitas pessoas acham que não existe nada ruim se o outro lado perder e o seu lado ganhar, o problema conforme bem abordado no livro é que isso impede o crescimento mútuo e pode prejudicar interações futuras. Por exemplo um cliente que perdeu em uma negociação pode procurar novos fornecedores no futuro ou mesmo que não perceba a derrota pode perder dinheiro, se tornar menos competitivo e fechar a empresa, e o lado ganhador pode perder um cliente. Dessa maneira o melhor é sempre buscar uma soluções boa para todos.

5) Procure Primeiro Compreender, Depois ser Compreendido: Esse é básico na comunicação humana. Inúmeras vezes tentamos expor somente o nosso lado. Porém se cada um mostrar somente o seu ponto de vista a tendência é que um ponto em comum não seja encontrado.

6) Criar Sinergia: Sinergia é quando a soma dos resultados dos agentes envolvidos é maior do que a soma do valor individual de cada participante. É o famoso 2 + 2 = 5. Quando conseguem obter a sinergia é possível que os participantes mesclem o melhor de si e alcancem uma solução que sozinhos não atingiriam. Na verdade eu ache que esse hábito poderia ser um pouco melhor desenvolvido no livro. O autor fala mais das vantagens da sinergia mas não explica muito como atingí-la.

Por fim o sétimo hábito já é bem conhecido de quem estudou o ciclo PDCA ou Teoria de Controle e o autor chama de Afinar o Instrumento que nada mais é do que revisar a aplicação dos demais hábitos em um ciclo de melhoria contínua.

Resumindo achei o livro muito bom. Uma leitura bastante agradável e bastante embasada com várias situações pessoais do autor, tanto na vida pessoal como profissional. A revista Time o elegeu como um dos 25 livros mais influentes na área de gestão [1]. Na contracapa do livro consta uma declaração entusiasmada do Presidente da Procter & Gamble. Então vale a pena a leitura, especialmente para os interessados em desenvolvimento pessoal e também em gestão pois os hábitos também podem ser aplicados em organizações.

Foto de Stephen Covey

Um fato curioso é que o autor, Stephen Covey, morreu enquanto eu estava lendo o livro, em 16/7/12. Embora não conheça o restante da obra dele, apenas pela leitura desse livro sinto que perdemos uma grande ser humano.

[1] http://www.time.com/time/specials/packages/article/0,28804,2086680_2086683_2087685,00.html

 

[Resenha] Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes – Parte 1/2

Terminei de ler o livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes” de Stephen Covey faz pouco tempo. Embora o título seja meio auto-ajuda, se for é auto-ajuda da melhor qualidade possível.

O autor define 7 hábitos chave para que as pessoas possam aproveitar mais o seu potencial. Além dos hábitos em si, o autor apresenta alguns conceitos interessantes que ajudam a entender e aplicar os hábitos. Vou falar alguns desses conceitos nessa primeira parte e deixar para falar sobre os hábitos em si na segunda parte.

Dois conceitos muito interligados são o Círculo de Influência e o Círculo de Preocupação. O círculo de preocupação envolve tudo aquilo que nos afeta de alguma maneira, ou seja, impostos, clima, política, violência, nossos amigos, família, emprego. E com a Internet e a super-exposição de informação esse círculo é bem grande. Dentro do círculo de preocupação existe o círculo de influência, que é tudo aquilo que exercemos uma influência direta, ou seja, nossa família, nossos amigos e conhecidos, nosso emprego. Embora ele não sugira que nos tornemos alienados, ele sugere que concentremos nossos esforços em: 1º focar no nosso círculo de influência, já que o que está fora do mesmo não está ao nosso alcance e 2º buscar aumentar o nosso círculo de influência (que em uma situação limite seria quase o círculo de preocupação). Isso é bastante interessante pois pode nos ajudar a concentrar naquilo que podemos modificar. Ou então a buscar aumentar o nosso círculo. Exemplo: de forma pragmática não existe muito que eu possa fazer a respeito do desastre de Fukushima, então será que o melhor que eu posso fazer é ficar me preocupando com isso? Se realmente é algo importante, por que não trabalhar então dentro do meu círculo de influência, como por exemplo conscientizando a minha família e meus amigos sobre a importância de evitar desperdício de energia?

Com isso vem outro conceito que é “De dentro para fora”. A idéia é começar sempre com mudanças internas, ou seja, antes de tentar resolver o problema na corrupção no governo brasileiro, se questionar se nas minhas atitudes diárias eu estou começando a mudança. Ou na famosa frase de Gandhi: “Seja você a mudança que quer ver no mundo“. Isso também pode ser aplicado em organizações. Fazer uma mudança primeiro em um setor, depois em uma filial, etc.

Outro ponto que chama a atenção no livro é o conceito de Equilíbrio P/CP, onde P é o “produto” e CP é a capacidade de gerar esse produto, ou seja ter atenção tanto no processo, quanto no resultado. Ele dá diversos exemplos ao longo do livro. Um deles é com a criação de filhos, não adianta nada um filho passar em uma prova (P), se para isso foi feita tanta pressão que o filho vai ter que se tratar em um psicólogo. Por outro lado não adianta ser um pai que faz tudo que o filho quer (CP) enquanto a criança  não consegue passar de ano. É preciso manter o equilíbrio entre P e CP.

O último dos conceitos que gostaria de falar é o da Conta Bancária Emocional, que seria o conjunto de sentimentos que uma outra pessoa tem por nós e na qual devemos sempre fazer depósitos, através de ações que demonstrem o quanto as outras pessoas são importantes. Naturalmente também vamos fazer retiradas: atrasos, decepções, palavras dolorosas e erros que cometemos. É essencial que a conta fique ‘positiva’, principalmente com as pessoas com quem temos mais proximidade.

Por fim uma história do livro sobre as limitações na nossa percepção:

Eu me lembro do que aconteceu em uma manhã de domingo no metrô de Nova York. As pessoas estavam sentadas calmamente lendo seus jornais, quando de repente embarcou um homem com os filhos. As crianças corriam de um lado para o outro, atiravam objetos e até mesmo puxavam os jornais das pessoas no vagão, incomodando à todos. Mesmo assim, o homem que sentou ao meu lado não fazia nada.

Ficou impossível evitar a irritação. Eu não podia conceber que ele pudesse ser tão insensível a ponto de deixar que os seus filhos incomodassem os outros passageiros. Virei para ele e disse:

– Senhor, seus filhos estão perturbando os passageiros, será que não poderia dar um jeito neles?

O homem olhou para mim e disse calmamente:

– Sim, creio que o senhor tem razão. Acho que deveria fazer algo. Acabamos de sair do hospital, onde a mãe deles morreu há uma hora. Eu não sei o que pensar, e parece que eles também não sabem como lidar com isso.

Eu adaptei levemente a história para ficar mais curta um pouco mas espero que sirva para que vocês fiquem com vontade de ler.

Na segunda parte falarei sobre os 7 hábitos do título do livro.