Conforme eu falei na primeira parte, terminei faz pouco tempo de ler o livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes“. Ainda no post anterior, falei de alguns conceitos que o autor usa durante todo o livro, como círculo de influência, de dentro para fora e conta bancária emocional, entre outros.
Agora vou falar sobre os 7 hábitos que dão nome ao livro.
Os 7 hábitos são divididos em dois grupos principais e um dos hábitos não se restringe aos dois grupos.
A primeira parte do livro, aproximadamente a metade trata dos 3 primeiros hábitos que juntos formam a “Vitória particular“.
Em concordância com o conceito “de dentro para fora”, os três hábitos enfatizam o indivíduo e o seu interior. Segundo Stephen sem obter minimamente a vitória particular a pessoa não irá ter segurança e coragem suficiente para exercitar os hábitos do segundo grupo.
Os hábitos desse grupo são:
1) Ser proativo: Creio que a maioria de vocês já está bem familiarizado com esse conceito. Basicamente diz que devemos tomar em nossas mãos a responsabilidade por nossa vida, ao invés de deixar isso para que o nosso conjugê, pais, filhos ou chefe escolham como devemos viver nossa vida.
2) Começar com o objetivo em mente: Esse hábito diz que devemos sempre definir objetivos, e mais do que isso, definí-los com base em onde queremos chegar. O que queremos em nossa vida em 10, 20, 50 anos? O que queremos que as pessoas pensem sobre nós em nossa morte? Embora um pouco sombria, essa perspectiva pode nos ajudar a separar o que é importante do que não é.
3) Primeiro o mais importante: Uma vez que já sabemos quais os nossos objetivos e onde queremos chegar, esse hábito nos diz que devemos agir no nosso dia a dia de acordo com os nossos objetivos e de acordo com nossos valores, para que o resultado da soma das nossas ações seja mais próximo de onde realmente queremos chegar.
Também é apresentada uma analogia interessante para quem gosta de programar: o hábito 1 seria como se tomassemos consciência de que podemos programar nosso destino, o hábito 2 representa que vamos escrever o ‘programa’ das nossas vidas, e o hábito 3 equivaleria à executar o programa.
A seguir são apresentados os próximos 3 hábitos, que formam o que é chamado de “Vitória Pública“, que no caso não significa vencer as demais pessoas, mas sim vencer COM as demais pessoas. São eles:
4) Mentalidade Ganha-Ganha: A mentalidade ganha-ganha significa consiste em qualquer interação com outras pessoas buscar com que ambos ganhem, sendo que podemos aqui estar falando de contratos comerciais, sociedade ou até relacionamentos. A princípio muitas pessoas acham que não existe nada ruim se o outro lado perder e o seu lado ganhar, o problema conforme bem abordado no livro é que isso impede o crescimento mútuo e pode prejudicar interações futuras. Por exemplo um cliente que perdeu em uma negociação pode procurar novos fornecedores no futuro ou mesmo que não perceba a derrota pode perder dinheiro, se tornar menos competitivo e fechar a empresa, e o lado ganhador pode perder um cliente. Dessa maneira o melhor é sempre buscar uma soluções boa para todos.
5) Procure Primeiro Compreender, Depois ser Compreendido: Esse é básico na comunicação humana. Inúmeras vezes tentamos expor somente o nosso lado. Porém se cada um mostrar somente o seu ponto de vista a tendência é que um ponto em comum não seja encontrado.
6) Criar Sinergia: Sinergia é quando a soma dos resultados dos agentes envolvidos é maior do que a soma do valor individual de cada participante. É o famoso 2 + 2 = 5. Quando conseguem obter a sinergia é possível que os participantes mesclem o melhor de si e alcancem uma solução que sozinhos não atingiriam. Na verdade eu ache que esse hábito poderia ser um pouco melhor desenvolvido no livro. O autor fala mais das vantagens da sinergia mas não explica muito como atingí-la.
Por fim o sétimo hábito já é bem conhecido de quem estudou o ciclo PDCA ou Teoria de Controle e o autor chama de Afinar o Instrumento que nada mais é do que revisar a aplicação dos demais hábitos em um ciclo de melhoria contínua.
Resumindo achei o livro muito bom. Uma leitura bastante agradável e bastante embasada com várias situações pessoais do autor, tanto na vida pessoal como profissional. A revista Time o elegeu como um dos 25 livros mais influentes na área de gestão [1]. Na contracapa do livro consta uma declaração entusiasmada do Presidente da Procter & Gamble. Então vale a pena a leitura, especialmente para os interessados em desenvolvimento pessoal e também em gestão pois os hábitos também podem ser aplicados em organizações.
Um fato curioso é que o autor, Stephen Covey, morreu enquanto eu estava lendo o livro, em 16/7/12. Embora não conheça o restante da obra dele, apenas pela leitura desse livro sinto que perdemos uma grande ser humano.
[1] http://www.time.com/time/specials/packages/article/0,28804,2086680_2086683_2087685,00.html