Como começar a ler quadrinhos de super-heróis? – Parte 1

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Coleções – Cuidado com esse vício

Inegavelmente os Super-heróis estão na moda. Quando isso vai passar? Acho que ninguém sabe mas com certeza toda essa quantidade de filmes, séries, animações deve estar deixando muitas pessoas com curiosidade de conhecer o material original: os quadrinhos, ou gibis (cuidado tem alguns fãs de quadrinhos que não gostam desse termo).

Porém o universo dos quadrinhos é um pouco hermético. Pra começar que existem dois principais universos compartilhados (Marvel e DC, cada um com uma editora por trás). Então não, o Homem-aranha não ‘mora’ no mesmo planeta que o Batman, então dificilmente um vai aparecer na história do outro. Fazendo um paralelo com futebol é como se cada um fosse uma ‘liga’. Então assim como o Barcelona não joga no campeonato brasileiro, o Bragantino não joga no campeonato espanhol. Mas se forem feitos acordos entre os donos dos personagens amistosos podem ocorrer mas isso é assunto pra outro texto.

Outra coisa que dificulta um pouco são os fortes toques de fantasia e ficção científica, às vezes misturados. Então nos quadrinhos poderes mágicos podem conviver com alienígenas e viagens no tempo. Isso quando não aparecem alienígenas viajantes do tempo COM poderes mágicos. Embora alguns personagens, como por exemplo o Justiceiro, geralmente tenham histórias mais “pé no chão” (na maioria das vezes), a imaginação é o limite.

Inclusive um outro conceito, comum na ficção científica, presente aqui é o de universos alternativos. Então existem múltiplos planetas Terra e em algumas histórias heróis e vilões passam de um mundo para o outro. Muitas vezes esses mundos são afetados por pequenas mudanças que ao longo do tempo tornam os universos totalmente diferentes (seguindo aquele conceito de que “o bater de asas de uma borboleta pode gerar um furacão no outro lado do mundo”). Por exemplo em uma determinada história somos apresentados à uma versão da história do Batman em que Bruce Wayne é assassinado naquela fatídica noite no beco e é o seu pai que vira o Batman. Mais recentemente com o sucesso de filmes e séries é considerado também que cada série ou filme é um “mundo alternativo”. Por isso que existiriam o Hulk da série da década de 80 e o Hulk mais recente. Teoricamente um dia alguém pode fazer uma história em que eles se encontram. E como em quadrinhos os efeitos especiais tem custo quase zero basta algum roteirista querer.

Crise nas infinitas terras
Crise nas Infinitas Terras – Uma história famosa baseada no conceito de múltiplas “dimensões”

Pra dificultar ainda mais temos o fator do tempo. O Super-homem por exemplo, que geralmente é considerado o super-herói mais antigo foi publicado pela primeira vez em 1938. E os escritores geralmente levam em consideração as histórias anteriores e os acontecimentos históricos passados. Então temos aí, arredondando, praticamente 80 anos de histórias no caso do Super-homem. Histórias publicadas, geralmente, no formato mensal. Então só do Super-homem teríamos um volume gigantesco de histórias. Agora multiplique isso por inúmeros personagens. Esse conjunto de histórias chamamos de cronologia.

Dados esses fatores é natural se sentir meio perdido nesse mar de histórias: qual seriam as mais relevantes? Leio na ordem em que as histórias foram publicadas? Vou na banca e pego a revista com capa mais bonita?

Seguir a ordem cronológica não é uma estratégia que eu recomendo por dois motivos, primeiro que é muita coisa. Segundo que algumas histórias mais antigas não envelheceram muito bem. Alguns conceitos foram se aprimorando ao longo do tempo, como por exemplo, a questão do uso de armas. Em suas primeiras histórias o Batman usava armas (e embora eu não tenha visto ele matando ninguém fica implícito que alguém que saí por aí com uma arma está disposto à usá-la). Mais tarde é que foi sendo trabalhado o conceito de que o Batman não usa arma até mesmo com a justificativa que os seus pais foram assinados com armas. No começo também os vilões eram mais simples, bem e mal eram mais facilmente definidos. Depois que alguns vilões foram ganhando tons de cinza e nem todos tinham motivações tão simples.

Então a minha sugestão é: pegar os personagens que você gostou e procurar ler as histórias mais clássicas deles. Claro que alguns personagens são mais interessantes que os outros. Mas a medida que você for lendo vai ficar mais claro que a qualidade das histórias depende muito dos artistas que as criam. A leitura dos clássicos geralmente possibilita um melhor entendimento das características essenciais de cada personagem. E a medida que você for lendo também vai conhecer os seus roteiristas e desenhistas preferidos.

Esse texto acabou ficando um pouco longo então decidi dividí-lo em duas partes. Na segunda parte vou recomendar alguns clássicos de alguns personagens mais famosos que eu acho que podem servir de ponto de partida pra quem quer começar a ler mas fica se sentindo meio perdido.

PS: Só pra deixar claro que existem diversos outros sub-gêneros de quadrinhos, como os mangas japoneses; os quadrinhos europeus; voltados mais pra crianças como turma da mônica; etc. Procurei enfatizar os quadrinhos norte-americanos de super-heróis por ser o sub-gênero que eu mais consumo e aprecio. Mas essa é só a ponta de um enorme iceberg.

 

Slides da apresentação “Uso de Software Livre e Alternativas Open Source”


Segue acima os slides da minha palestra na I Semana Acadêmica da Licenciatura em Computação do IFSul.

Falei sobre o uso de Linux e Software Livre e apresentei algumas ferramentas desse tipo.