E Stan Lee morreu …. 🙁
Mas foram 95 anos bem vividos. E pra celebrar a vida e obra dele, nada melhor do que uma entrevista sobre … vida e obra de Stan Lee
Destaco que Stan Lee me parece que é outra pessoa inteligente que (a julgar pela entrevista acima) não acredita puramente no “Faça o que você ama”. Ele diz na entrevista que gostava mesmo é de música, mas não era muito bom, então decidiu seguir carreira escrevendo que era uma segunda opção que ele também gostava mas na qual tinha talento. Talvez você pense “mas Stan Lee amava o que fazia”. Bom, a minha hipótese é que com o tempo ele se aprimorou e passou a amar o que fazia.
Kafka e a procrastinação
No mesmo dia da morte de Stan Lee li esse texto sobre Kafka, que diz que ele tinha sérios problemas com procrastinação. Não pude deixar de comparar os dois escritores. Kafka adquiriu fama mundial mas poderia ter feito muito mais. https://mayooshin.com/akrasia/
Bill Gates parece ter reiventado o vaso sanitário Possivelmente para quem está lendo isso não vai mudar muita coisa mas “A esterilização de resíduos humanos podem evitar 500 mil mortes de crianças e economizar US$ 233 bilhões por ano em custos para o tratamento de doenças como diarreia e cólera.”
É interessante para perceber que inovação nem sempre passa por bits e bytes. http://www.osul.com.br/bill-gates-apresentou-o-vaso-sanitario-reinventado-sem-agua-nem-rede-de-esgoto/
Escola sem Partido: bom ou ruim?
Nesse semana me deparei com dois vídeos sobre o projeto Escola sem Partido e achei ambos com bons argumentos, mesmo um sendo mais receptivo ao projeto e o outro mais crítico. Acho interessante principalmente para mostrar que é um assunto bastante complexo, além de relevante.
Assistam os dois.
Marcel van Hattem defende:
Jogo do Cabo Daciolo?? E pra terminar em um clima mais ameno um vídeo engraçado. Alguém fez um vídeo-resenha de um jogo do Cabo Daciolo. Só tem um porém: o jogo não existe e o vídeo é uma brincadeira muito engraçada. Vale a pena.
Tem um livro que é bastante famoso mas que pelo título eu tinha misto de curiosidade e receio que é o “The 4 hour workweek”, traduzido no Brasil como “Trabalhe 4 horas por semana” do autor Tim Ferris.
Eis que me apareceu uma promoção da Amazon e resolvi comprar o livro. Quer saber o que eu achei? Continue lendo ….
O livro descreve um método que Tim sugere para que você possa trabalhar 4 horas por semana. Como isso é possível? Bom, ele começa apresentando um acrônimo onde cada letra representa um passo rumo ao objetivo: DEAL. Onde:
D – Definição
E – Eliminação
A – Automação
L – Liberação
E basicamente o livro é estruturado em 4 partes (mais um fechamento) onde cada parte Tim explica uma das letras do DEAL. Bom, e aí que a minha resenha se complica pois eu tive uma impressão diferente de cada um desses capítulos. Vamos à eles então:
D de Definição
Nesse capítulo basicamente Tim trabalha o fator psicológico do leitor, tentando mostrar que é possível, e sobretudo desejável ter uma vida de 4 horas de trabalho. Esse capítulo tem um tom meio de autoajuda e ao mesmo tempo ele fica toda hora tentando te “vender a ideia” do livro, mas achei meio chato isso afinal pra que vender o livro pra quem já está até lendo o livro? Nesse ponto eu estava achando uma leitura meio “falcatrua”.
E de Eliminação
Nesse ponto o livro melhora bastante pois se trata de algo mais prático. A ideia do capítulo é eliminar todas as coisas que significam desperdício de tempo. Desde aquelas que todos nós sabemos (mas é difícil de fazer) como parar de usar as redes sociais, especialmente no horário de trabalho. Por exemplo ele também sugere uma “dieta pobre em informação”, ou seja, nada de TV, jornais, revistas, etc. A ideia parece meio insana em um primeiro momento mas tem seu mérito. Segundo ele se algo for realmente importante você vai ficar sabendo.
Esse capítulo também fala um pouco sobre o princípio de Pareto ou regra 80/20 (que basicamente diz que 20% dos esforços trazem 80% dos resultados). Como o objetivo aqui é ter mais tempo, ele sugere que os empreendedores fiquem somente com 20% dos clientes que dão menos “trabalho” e diz que focar em manter e conseguir clientes menos trabalhosos, ao longo de um tempo pode trazer os 80% dos resultados.
Achei interessante esse capítulo pois ele também trás dicas bastante práticas de lidar com interrupções no trabalho, especialmente as típicas reuniões improdutivas. E aqui o livro mostra o seu valor indo nos detalhes realmente, apresentando possíveis argumentos e respostas a contra-argumentos que você pode usar com seu chefe para fugir de reuniões. Esse capítulo é particularmente interessante pois serve até mesmo se você apenas quer ser mais produtivo.
A de Automação
O passo seguinte é automatizar as tarefas que você não conseguiu eliminar. Essa automatização também se baseia na regra 80/20. Ou seja, segundo ele 20% das tarefas tendem a ocupar 80% do tempo e são essas que ele irá abordar nesse capítulo. A proposta aqui é usar o máximo de software possível (filtros de e-mail por exemplo) e outros para realizar tarefas repetitivas.
Quando não for possível automatizar via software o livro sugere fazer o mesmo via contratação de assistentes virtuais remotos. Para quem não conhece existem empresas no mundo que prestam esse serviço. Esse tipo de serviço pode incluir desde ler e responder e-mails por você, até fazer buscar na Internet, preparar relatórios e apresentações, etc. Ou seja, é terceirizar as suas atividades da semana. Obviamente isso só vai dar certo se você receber um valor para trabalhar e pagar uma parcela desse valor para o seu assistente virtual.
Tim não dá muita ênfase nos aspectos éticos de fazer isso. Ele sugere isso e menciona apenas atenção à acordos de confidencialidade que o seu contratante pode ter. Aqui fica nesse ponto fica escancarado que a “A semana de 4 horas” não é para todos, afinal se você vai contratar assistente, está implícito que os seus assistentes vão precisar trabalhar bastante. Além disso o autor usa as diferenças cambiais a seu favor. Se ele recebe em dólar, que é uma moeda valorizada, pode utilizar uma parte para si e outra para o assistente e provavelmente o mesmo vai ficar muito feliz com o dinheiro que está recebendo. Não que isso seja um problema necessariamente. Uma maneira de ver a questão é que você está gerando (pelo menos) um emprego em um país mais pobre.
E nesse capítulo Tim aborda um assunto que eu achei particularmente interessante. Afinal talvez você esteja pensando “mas a minha profissão requer a minha presença constante, para mim isso de terceirizar para um assistente virtual nunca iria funcionar”. Bom, aí ele sugere criar uma musa. O que seria uma musa? Uma musa seria um empreendimento projetado para requerer o mínimo possível de atenção sua. Um exemplo poderia ser um e-book ou um curso online, onde se você tiver um conteúdo demandado já existem plataformas que permitem que você receba uma renda recorrente daquele produto. Então Ferris sugere que você mude de carreira para (aos poucos) passar a viver somente com a receita da musa e quando conseguir isso aplicar o capítulo de automatizar.
Essa parte do livro ficou bem bacana pois o livro explica de forma bastante detalhada como você pode criar uma musa, incluindo uma grande quantidade de sites e serviços que poderiam te ajudar no processo. Infelizmente aí vemos a diferença entre tradução e localização. A versão traduzida aponta para serviços e sites dos EUA, sendo que muitas vezes o acesso aos mesmos seria dificultado por não estarmos lá. O melhor seria se na tradução fossem apontadas ferramentas acessíveis aos brasileiros. Ainda assim vale a leitura do capítulo pelas dicas para a criação de uma musa.
L de Liberação
Outro aspecto sugerido no método do livro é morar em algum país com custo de vida mais baixo. O autor inclusive menciona que morou alguns anos na Argentina. Recebendo em dólar e tendo despesas em outras moedas mais fracas a conta fecha mais facilmente.
E esse capítulo embora eu tenha achado um pouco distante da minha realidade particular eu achei interessante pois aqui também Tim parte para a prática e ensina como você pode convencer seu chefe à te deixar trabalhar de casa. Primeiro uma vez por semana, depois duas …. até que chegue na semana completa. Feito isso você pode trabalhar em qualquer lugar do mundo que tenha uma Internet razoável.
Tim argumenta que viver em outros países é muito mais barato do que se imagina, principalmente quando você fica tempo suficiente para poder alugar um imóvel e não depender de hotéis. Obviamente a semana de 4 horas exige uma vida mais simples, sem esbanjar dinheiro ou sair andando de Ferrari pelo mundo afora. O conteúdo do livro realmente faz jus ao nome e te entrega um método factível de viver uma vida com muito tempo livre e liberdade física, o que Ferris chama de “miniaposentadorias”.
Conclusão
Achei o livro bem legal. Como destaque positivo é que Tim Ferris realmente entra no detalhe e mostra maneiras de fazer a semana de 4 horas virar realidade. E mesmo que viver viajando por aí não seja o seu sonho o livro trás pequenas dicas de como podemos usar melhor o nosso tempo e até aumentar a nossa renda pessoal (através das musas) então todo mundo que ler vai se beneficiar com a leitura. Leiam e quando tiverem conseguido os benefícios decorrentes do livro volte aqui e uso o tempo livre para deixar um comentário 😉
Terminei de ler o livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes” de Stephen Covey faz pouco tempo. Embora o título seja meio auto-ajuda, se for é auto-ajuda da melhor qualidade possível.
O autor define 7 hábitos chave para que as pessoas possam aproveitar mais o seu potencial. Além dos hábitos em si, o autor apresenta alguns conceitos interessantes que ajudam a entender e aplicar os hábitos. Vou falar alguns desses conceitos nessa primeira parte e deixar para falar sobre os hábitos em si na segunda parte.
Dois conceitos muito interligados são o Círculo de Influência e o Círculo de Preocupação. O círculo de preocupação envolve tudo aquilo que nos afeta de alguma maneira, ou seja, impostos, clima, política, violência, nossos amigos, família, emprego. E com a Internet e a super-exposição de informação esse círculo é bem grande. Dentro do círculo de preocupação existe o círculo de influência, que é tudo aquilo que exercemos uma influência direta, ou seja, nossa família, nossos amigos e conhecidos, nosso emprego. Embora ele não sugira que nos tornemos alienados, ele sugere que concentremos nossos esforços em: 1º focar no nosso círculo de influência, já que o que está fora do mesmo não está ao nosso alcance e 2º buscar aumentar o nosso círculo de influência (que em uma situação limite seria quase o círculo de preocupação). Isso é bastante interessante pois pode nos ajudar a concentrar naquilo que podemos modificar. Ou então a buscar aumentar o nosso círculo. Exemplo: de forma pragmática não existe muito que eu possa fazer a respeito do desastre de Fukushima, então será que o melhor que eu posso fazer é ficar me preocupando com isso? Se realmente é algo importante, por que não trabalhar então dentro do meu círculo de influência, como por exemplo conscientizando a minha família e meus amigos sobre a importância de evitar desperdício de energia?
Com isso vem outro conceito que é “De dentro para fora”. A idéia é começar sempre com mudanças internas, ou seja, antes de tentar resolver o problema na corrupção no governo brasileiro, se questionar se nas minhas atitudes diárias eu estou começando a mudança. Ou na famosa frase de Gandhi: “Seja você a mudança que quer ver no mundo“. Isso também pode ser aplicado em organizações. Fazer uma mudança primeiro em um setor, depois em uma filial, etc.
Outro ponto que chama a atenção no livro é o conceito de Equilíbrio P/CP, onde P é o “produto” e CP é a capacidade de gerar esse produto, ou seja ter atenção tanto no processo, quanto no resultado. Ele dá diversos exemplos ao longo do livro. Um deles é com a criação de filhos, não adianta nada um filho passar em uma prova (P), se para isso foi feita tanta pressão que o filho vai ter que se tratar em um psicólogo. Por outro lado não adianta ser um pai que faz tudo que o filho quer (CP) enquanto a criança não consegue passar de ano. É preciso manter o equilíbrio entre P e CP.
O último dos conceitos que gostaria de falar é o da Conta Bancária Emocional, que seria o conjunto de sentimentos que uma outra pessoa tem por nós e na qual devemos sempre fazer depósitos, através de ações que demonstrem o quanto as outras pessoas são importantes. Naturalmente também vamos fazer retiradas: atrasos, decepções, palavras dolorosas e erros que cometemos. É essencial que a conta fique ‘positiva’, principalmente com as pessoas com quem temos mais proximidade.
Por fim uma história do livro sobre as limitações na nossa percepção:
“Eu me lembro do que aconteceu em uma manhã de domingo no metrô de Nova York. As pessoas estavam sentadas calmamente lendo seus jornais, quando de repente embarcou um homem com os filhos. As crianças corriam de um lado para o outro, atiravam objetos e até mesmo puxavam os jornais das pessoas no vagão, incomodando à todos. Mesmo assim, o homem que sentou ao meu lado não fazia nada.
Ficou impossível evitar a irritação. Eu não podia conceber que ele pudesse ser tão insensível a ponto de deixar que os seus filhos incomodassem os outros passageiros. Virei para ele e disse:
– Senhor, seus filhos estão perturbando os passageiros, será que não poderia dar um jeito neles?
O homem olhou para mim e disse calmamente:
– Sim, creio que o senhor tem razão. Acho que deveria fazer algo. Acabamos de sair do hospital, onde a mãe deles morreu há uma hora. Eu não sei o que pensar, e parece que eles também não sabem como lidar com isso.”
Eu adaptei levemente a história para ficar mais curta um pouco mas espero que sirva para que vocês fiquem com vontade de ler.
Na segunda parte falarei sobre os 7 hábitos do título do livro.